Resumo Jhonny

Resumo

22/11/2011 21:34
Resumo A crise financeira afeta, ainda que indiretamente o setor energético,pois a partir dela a atividade econômica diminui causando desemprego e assim a queda no consumo.mas é nono contexto da crise que surgem possibilidades para a introdução de fontes de energia renováveis,visando a...

Resumo

 

A Crise Econômico-Financeira e os Impactos no Setor Elétrico Brasileiro

 

A quebra do banco de investimento Lehman Brothers setembro de 2008, proporcionou um agravamento da crise dos mercados financeiros internacionais que já havia iniciado em 2007 com o problema das dívidas de hipotecas americanas. A quebra de mais uma instituição financeira tradicional de grande porte, junto com as grandes perdas devido a desvalorização de ativos das principais instituições financeiras dos países desenvolvidos, gerou um colapso no sistema financeiro internacional levando a uma paralisia dos principais canais de crédito.

A crise financeira nos EUA, em pouco tempo, se alastrou para todas as economias do mundo. As perspectivas para cenários de otimismo se economia chegaram ao fim, sem a existência de condições concretas para se prever a duração e a profundidade da crise.

O Brasil não poderia ficar de fora deste processo de crise global, seguindo o mesmo rumo dos EUA. O primeiro impacto se deu sobre suas finanças acarretando a redução das linhas de crédito bancário, a paralisação do mercado de capitais, o aumento do custo de financiamento, a crescente dificuldade para o pagamento das dívidas e a apreciação do dólar. O que se espera é uma importante desaceleração no ritmo de crescimento da produção no Brasil e uma retração dos investimentos responsável por muitas conseqüências.

O agravamento da crise internacional atingiu a economia brasileira principalmente nos canais do crédito e do câmbio. O risco nas transações financeiras que envolvem o sistema financeiro internacional fechou o acesso à liquidez em moeda estrangeira. Este fechamento ao acesso à liquidez provocou uma rápida de desvalorização do real, que acarretou forte impacto em agentes econômicos expostos ao câmbio. A necessidade de evitar perdas com a exposição cambial reforçou ainda mais a pressão de demanda por dólares com o objetivo de fechar as posições em aberto, contribuindo assim para a desvalorização do real e reforçando a volatilidade do câmbio.

O Brasil possui grandes reservas internacionais, contas públicas ordenadas e baixo endividamento em dólar, mesmo assim não ficará imune aos impactos negativos da crise mundial. Em suas finanças, a oferta de crédito privado nacional e em moeda estrangeira ficará restrita e cara até haver o ajuste do sistema financeiro internacional. O mercado de capitais movimentará quantias menores do que nos anos anteriores. No lado real, o setor exportador sofrerá diretamente os efeitos da crise pela redução das vendas e pelo barateamento dos produtos no mercado internacional pela desvalorização do real. Como conseqüência dos impactos no setor exportador, uma grande parte dos investimentos para ampliação de capacidade de produção e exportação será adiada. A diminuição das exportações somada ao adiamento de investimentos impactará no crescimento do PIB e assim haverá um reflexo negativo sobre a formação bruta de capital fixo.

A desaceleração do PIB provocada pela crise econômica financeira provavelmente terá impacto sobre o setor energia elétrica. De acordo com os manuais de economia da energia, o PIB é a variável independente que determina o nível de consumo de energia elétrica da economia, seja na produção de bens e serviços ou no consumo das famílias. Como a crise está provocando uma desaceleração no ritmo de crescimento da atividade econômica nacional, poderá ocorrer uma redução de crescimento do consumo de energia elétrica. O primeiro impacto da desaceleração do PIB sobre o consumo de energia elétrica está no setor industrial que representa quase a metade do consumo total de eletricidade, que será diretamente afetado pela crise se tornando o maior responsável pela redução na demanda de energia elétrica. O segundo impacto será sobre o consumo residencial responsável por quase um quarto do consumo total de energia elétrica, e que deve ser relativamente menos afetado pela crise.

 

O impacto da crise no consumo de energia nas residências

 

A crise econômica deve ter impactos sobre o consumo de energia elétrica nas residências pela desaceleração da taxa de crescimento da renda das famílias. Deve-se considerar que o impacto da crise na renda das famílias brasileiras será maior se a redução no crescimento do PIB for mais profunda e duradoura. O aumento do endividamento das pessoas físicas, que foi um dos principais motores do crescimento econômico recente, deve perder força, diminuindo assim a contribuição do consumo das famílias para o aumento do PIB. Entretanto, o cenário para o consumo familiar é de desaceleração sem uma retração absoluta. O consumo familiar deve encontrar suporte nos seguintes fatores:

 

I. Manutenção pelo governo federal da política de aumento real do salário mínimo.

 

II. Manutenção dos programas sociais, em especial da “Bolsa Família”.

 

A taxa de desemprego provavelmente avançará nos próximos tempos, mas em níveis relativamente pequenos em razão dos efeitos das políticas anticíclicas.

Outro fator que pode vir a agir como elemento de restrição do consumo das famílias é uma possível aceleração da inflação. A inflação corrói, em primeiro lugar, o poder de compra da população e, se ela vier acompanhada da adoção de uma política monetária mais restritiva pelo Banco Central, o efeito sobre a renda e o emprego pode ser forte. A trajetória futura da inflação e as medidas que terão que ser tomadas para controlá-la é um tema contraditório que tem gerado discussões entre analistas.

A rápida desvalorização do real ocorrida a partir de fins de setembro aponta, sem dúvida, para um aumento de preços. Além disso, as restrições de liquidez na economia brasileira, a retração das atividades dos setores exportadores e a protelação de diversos projetos de investimentos, resultam na desaceleração econômica que tende a reduzir a demanda e, com isto, a propagação do efeito inflacionário da desvalorização do real.

 

 

Por Daiany Ap. de Morais

 

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Histórico da conservação de energia elétrica no Brasil

 

Martins (1999) considera que a crise do petróleo ocorrida nos anos de 1973 e 1974 e entre 1979 e 1981, resultou numa elevação do preço desta fonte de energia e forçou o Brasil a repensar o uso de suas fontes energéticas. Para tanto, aumentaram-se os investimentos: na produção nacional de petróleo, em programas de conservação e aumento de eficiência no uso de seus derivados.

A estratégia para a reestruturação da política energética nacional, além das posturas adotadas quanto ao uso dos derivados do petróleo, lançou alguns programas na área de energia elétrica, tais como: o programa nuclear brasileiro e a continuidade a construção de usinas hidroelétricas.

O programa EGTD (Energia Garantida por Tempo Determinado) com preços 30% menores que os preços praticados, estimulou a substituição dos combustíveis fósseis por eletricidade na geração de calor. Este programa durou até 1986, devido a eminente escassez do produto e porque se iniciou no país uma conscientização sobre o valor do meio ambiente e questionamentos sobre desperdícios no uso da eletricidade, o que dificultava a expansão de usinas geradoras, principalmente hídricas.

Conforme Martins (1999) em 1985 surge o PROCEL (Programa de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica) ligado ao Ministério das Minas e Energia - Eletrobrás, que se concretizou ao longo de sua existência até a atualidade, como o programa pioneiro na área de conservação de energia elétrica, atuando no uso racional da energia.

No período de 1985 a 1989, o PROCEL atuou em análise de comportamento de mercado consumidor, padronização e certificação de equipamentos. A partir de 1990 o programa sofreu uma reestruturação com a criação do PROENERGIA (Programa Nacional de Racionalização da Produção e uso da Energia Elétrica), e se voltou para os fins, ou seja, a contabilização de economia em kWh no uso da eletricidade, obtidos através de atitudes relacionadas diretamente com a conservação de energia elétrica tanto pelo lado da oferta (geração e distribuição) quanto pelo lado do uso final (eficiência). No período 1990 - 1991 o PROCEL esteve estagnado por conta da falta de investimentos no programa devido à reforma administrativa realizada à época do governo Collor. Em 1994 o PROCEL sofre um processo de revitalização através de um aumento de sua articulação e descentralização das atividades e executivas.

Entre 1986 e 1992 seis linhas de ação foram implementadas pelo PROCEL.Segue abaixo alguma delas:

 

- etiquetas de consumo: Etiquetagem de eletrodomésticos, como objetivo mostrar ao consumidor qual o consumo de energia elétrica de cada equipamento, tentando faze-los optar pelos mais econômicos;

- diagnóstico energético, auto-avaliação e otimização energética: Os diagnósticos energéticos foram realizados com o objetivo de fazer um levantamento do potencial de conservação de energia na área industrial e comercial. Os resultados apontaram uma possibilidade de conservação de energia elétrica nas pequenas e médias empresas da ordem de 7 a 15% e de 5 a 15% no comércio;

- pesquisa e desenvolvimento tecnológico: Um terço do investimento do PROCEL se destinou à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, assim sendo foram ensaiados refrigeradores de uma porta, refrigeradores combinados, freezer vertical, chuveiros elétricos, ar condicionado e motores de indução trifásicos.

      - Foi realizada uma pesquisa sobre hábitos de utilização de eletrodomésticos  em residências, os resultados apontaram o seguinte:

• 80% dos consumidores praticavam alguma forma simples de conservação de energia elétrica na residência;

• 26% dos consumidores possuíam lâmpadas fluorescentes, com média de 0,7 lâmpada por residência, para um total médio de 7,8 lâmpadas por residência;

 

- programas de Informação, educação e promoção: No que concerne a educação, o programa PROCEL nas Escolas de primeiro grau, que instruiu em sua fase inicial 690.000 alunos das redes de ensino privada e oficial do País. Os resultados obtidos através de medições realizadas em residências de alunos que participaram do programa, mostraram uma redução média de consumo de eletricidade de 5,2%;

- legislação e regulação. Algumas propostas em forma de projeto foram elaboradas com o intuito de promover a conservação de energia.

 

A Importância de conhecer os hábitos de uso dos eletrodomésticos na residência

 

As pessoas, diariamente, usam diversos tipos de eletrodomésticos em suas residências. Esta utilização acontece de varias formas, dependendo da necessidade e do grau de conscientização de cada indivíduo. Quanto ao uso dos eletrodomésticos em residências, pode-se classificá-los de duas maneiras distintas:

- Necessário - É o aproveitamento de um eletrodoméstico, dentro de um tempo real e necessário de utilização. Necessário é o indispensável; preciso; útil. Ex: Usar a iluminação durante a noite, somente no período em que as pessoas se encontram no ambiente.

 

- Desperdício - É o aproveitamento de um eletrodoméstico, além do tempo real e necessário de utilização. Desperdício é o esbanjamento; gasto; estrago. Ex: sair de um ambiente e deixar a luz acessa.

 

O uso da energia elétrica deve ser usada para que se obtenha conforto ou quando necessita–se reduzir o esforço nas tarefas diárias. Portanto, deve-se combater o desperdício da seguinte forma, de acordo com o Programa de Educação Ambiental (1996):

- usar a energia de forma inteligente;

- não jogar energia fora;

- assumir um compromisso com a preservação do planeta;

- gastar o necessário, buscando o máximo de desempenho com o mínimo de consumo.

 

Combater o desperdício não significa:

- racionamento;

- deixar de usar energia necessária;

- perda de qualidade de vida;

- comprometimento de produtividade ou do desempenho da produção nas aplicações industriais, comerciais, agropecuários ou órgãos públicos.

 

Dar combate ao desperdício é obter as seguintes vantagens:

- ampliar, no tempo, os recursos não renováveis ainda disponíveis;

- contribuir para diminuir os impactos ambientais;

- reduzir os custos para a nação e para os consumidores;

- maximizar o aproveitamento dos recursos já efetuados no sistema elétrico;

- induzir a modernização industrial;

- melhorar a competitividade internacional dos produtos de consumo e dos bens duráveis fabricados no Brasil.

 

O uso da energia elétrica no ambiente residencial, conforme pode-se ver pelos gráficos que serão apresentados em seguida, indicam a existência de certos padrões de consumo de energia elétrica. A seguir, mostra-se o gráfico percentual de consumo de energia elétrica residencial conforme site WWW.copel

 Figura 1: Consumo de energia percentual por eletrodoméstico – COPEL

 

Analisando a figura anterior, pode-se perceber que seis eletrodomésticos respondem por aproximadamente 96% do consumo mensal de energia elétrica em uma residência, restando apenas 4% para os demais equipamentos.

A seguir, mostra-se o gráfico percentual de consumo de energia elétrica residencial conforme site www.lightrio.com.br/flash.htm

 

Figura 2: Consumo de energia percentual por eletrodoméstico - Light Rio

 

Analisando a figura anterior pode-se perceber que seis eletrodomésticos respondem por aproximadamente 95% do consumo mensal de energia elétrica em uma residência, restando apenas 5 % para os demais equipamentos.

A seguir, mostra-se o gráfico percentual de consumo de energia elétrica residencial usado pela eletrobrás:

 

 

Figura 3: Consumo de energia percentual por eletrodoméstico - Eletrobrás

 

Os valores constantes dos gráficos anteriores mostram uma semelhança quanto ao percentual de consumo de determinados equipamentos, tais como refrigeração, aquecimento de água e iluminação. Quanto aos demais eletrodomésticos existe uma certa diferença, porém, não significativa. Pode-se concluir que estes valores devem variam de região para região e são reflexos de aspectos sócio-culturais e até mesmo climáticos.

Para que se possa analisar o desempenho de um eletrodoméstico e utilizá-lo sem desperdício, é necessário conhecê-lo bem, tanto no processo de fabricação quanto no uso, e como este uso afeta a conta de energia no final do mês. Basicamente, a potência nominal do aparelho e o tempo de uso de um eletrodoméstico durante um período considerado, que no caso do faturamento de energia elétrica é mensal, são as variáveis envolvidas. Estas variáveis farão com que o mesmo apresente uma maior ou menor incidência de custo na fatura, isto porque a energia é medida em quilowatthora (kWh). Além de conhecer bem o eletrodoméstico, também é necessário conhecer bem os padrões de uso de uso destes equipamentos no ambiente residencial, e para tanto, se faz necessário ampliar os conhecimentos nesta área. Pesquisas sobre o uso de eletrodomésticos no ambiente residencial, pode-se gerar campanhas de economia de energia com abrangência nacional, sem receio de que se comentam erros grosseiros.

Os passos, no sentido de melhorar a conservação de energia no ambiente residencial, têm sido dados e são necessários. O crescimento do consumo residencial é realmente preocupante, portanto, não basta somente os órgãos governamentais criarem legislação á respeito. É fundamental que os consumidores tomem conhecimento e saibam o que eles podem realmente obter de beneficio, com o uso de equipamentos mais eficientes, que promovem a conservação de energia. As campanhas de conservação de energia, nos dias de

hoje, para que sejam eficazes, precisam de uma presença forte da mídia televisiva. Percebe-se que, na atualidade, as pessoas são bastante influenciadas por este veiculo de comunicação.

As empresas que produzem os eletrodomésticos, por sua vez, também deveriam se engajar nesta cruzada fabricando equipamentos de menor consumo de energia elétrica. As empresas deveriam usar os benefícios da economia de energia, trazidos pelo menor consumo dos equipamentos mais eficientes, como vantagem competitiva. Divulgar estes eletrodomésticos na mídia, sem deixar de dizer que, as empresas ainda poderiam se beneficiar por estarem realizando campanhas publicitarias ecologicamente corretas.

Percebe-se que alguns eletrodomésticos têm apresentado um desenvolvimento significativo na conservação de energia elétrica, tais como: as geladeiras, freezers, lâmpadas e chuveiros.

As lâmpadas fluorescentes compactas, para que tenham seu uso difundido no mercado nacional, além da divulgação, necessitam urgentemente de uma redução de preço. Estes dois fatores impedem a mudança de paradigma quanto ao uso das incandescentes.

As etiquetas usadas com o objetivo de instruir os consumidores sobre o consumo de energia elétrica não estão cumprindo o seu papel, pois, as mesmas apresentam um certo grau de dificuldade de entendimento por parte do consumidor. Apresentam muitos dados e não são intuitivas, quanto ao aspecto de economia de energia elétrica.

Portanto, fica evidente que, conhecer os hábitos de uso da energia elétrica no ambiente residencial é importante para que se possa investir em campanhas de economia de energia elétrica na residência. Estas campanhas são importantes em virtude do expressivo percentual do consumo residencial. Determinar padrões de uso dos eletrodomésticos implica em pesquisa, para que se possa traçar um perfil de consumo em nível nacional. O resultado final será um melhor aproveitamento e conseqüente diminuição do desperdício de energia elétrica.

 

Daiana Silva Lopes

 

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Energia elétrica: A energia em suas formas diversas é um requisito indispensável para o
funcionamento do aparelho produtivo de que dispõe uma determinada sociedade.

Desenvolvimento econômico: A expansão da oferta de energia elétrica constituiu-se
em um dos elementos centrais da estratégia de desenvolvimento brasileiro nos últimos
quarenta anos e, para o sucesso desse desafio, foi importante a intervenção do estado,
com vultuosos investimentos.

Ministério de Minas e Energia:
É de fundamental importância econômica, social e política a tarefa do Ministério de
Minas e Energia, que planifica a exploração dos recursos energéticos e minerais do
Brasil, além de definir as orientações básicas ou políticas de ação, nos diversos setores
de sua competência.

 

Graciele Costa